SAÚDE
Câncer colorretal é cada vez mais frequente em jovens
Obesidade e
sedentarismo são algumas das razões pelas quais 30% dos diagnósticos são em
quem tem menos de 55 anos
Reprodução
Sangue nas fezes, alterações dos
hábitos intestinais, desconformo abdominal, perda de apetite e diarreia. Esses
são alguns dos sinais apresentados por um dos tipos de câncer mais preveníveis,
curáveis e letais, o colorretal. A doença atinge mais de 36 mil pessoas no
Brasil anualmente, de acordo com as estimativas do Inca para 2018 – é o segundo
mais frequente em mulheres e o terceiro, em homens. Seu rastreamento é indicado
a partir dos 50 anos (OMS), mas segundo estudo da Sociedade Americana de
Câncer, dobrou o número de casos em jovens adultos.
Obesidade e sedentarismo são
algumas das razões pelas quais 30% dos diagnósticos são em quem tem menos de 55
anos. Assim, o documento divulgado pela Sociedade Americana conclui que
indivíduos nascidos em 1990 têm quatro vezes mais chance de desenvolver câncer
de reto e o dobro de chance de ter o de intestino, se comparado com alguém
nascido na década de 1950.
Os fatores de risco em jovens
estão ligados justamente ao estilo de vida, como indica outro estudo, publicado
no British Medical Journal. Segundo ele, a cada 5kg/m2 ganhos no índice de
massa corporal (IMC), aumenta 9% o risco de desenvolver câncer colorretal em
homens.
O Dr. Tomazo Franzini, diretor
da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), esclarece que a
obesidade está ligada a diversos tumores, especialmente aos que acometem o
aparelho digestivo. “Contudo, ela não é a causa em si, mas a consequência de
uma série de maus hábitos, de estilo de vida e alimentares”.
O especialista ressalta a
necessidade de campanhas educacionais sobre a neoplasia. “Precisamos
conscientizar a população – e os próprios médicos – a respeito desse aumento.
Em jovens, o diagnóstico costuma ser tardio justamente por falta de informação:
sem saber os sintomas e a possibilidade de desenvolver a patologia, tardam a
procurar um especialista e, logo, a obterem o diagnóstico e iniciar o
tratamento”, analisa.
Abrangendo tumores que agridem
o cólon e o reto, segmentos do intestino grosso, o câncer colorretal é
identificado pela colonoscopia, exame que permite a visualização direta do
interior do reto, cólon e parte do íleo terminal. O procedimento é a principal
ferramenta para rastrear a neoplasia, uma vez que pode identificar lesões
pré-oncológicas, conhecidas como pólipos, e removê-las durante o próprio procedimento.
Ou seja, é capaz de prevenir, diagnosticar e tratar o câncer.
“A colonoscopia é fundamental
no enfrentamento do avanço dos casos da doença, por isso, precisamos
desmitifica–lo e ampliar o acesso à informação sobre a doença e suas formas de
prevenção. Os sinais são sutis e podem ser confundidos com outras doenças, por
isso um especialista deve ser procurado sempre que houver quaisquer suspeitas
de problemas no aparelho digestivo”, conclui.
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