24 janeiro 2020

Um aplicativo permite que a polícia nos EUA identificar quase ninguém

Um aplicativo permite que a polícia nos EUA identificar quase ninguém

NOVA YORK. Mais de 600 agências e agências de aplicação da lei nos Estados Unidos começaram a usar um novo aplicativo de reconhecimento facial que permite que quase qualquer pessoa seja identificada imediatamente, informou o New York Times no sábado.

Tecnologia de reconhecimento facial

O aplicativo, Clearview , usa um banco de dados com mais de 3.000 milhões de imagens coletadas do Facebook, Instagram, YouTube e uma infinidade de sites. Até agora, gigantes da Internet como o Google evitavam oferecer esse tipo de tecnologia devido aos enormes problemas de privacidade que ela apresenta, segundo o Times.
Enquanto isso, sem atrair muita atenção e em meio a um grande segredo, a Clearview a desenvolveu e começou a comercializá-la, principalmente entre as forças policiais, embora também tenha vendido licenças para algumas empresas por motivos de segurança.
Entre outros, o Federal Bureau of Investigation dos EUA tem o aplicativo. (FBI), o Departamento de Segurança Interna e várias forças policiais locais, diz o jornal. O sistema permite que você faça upload da foto de um indivíduo e veja imediatamente as imagens públicas dessa pessoa, juntamente com os links para os sites em que elas apareceram
Assim, além da identidade, o usuário pode frequentemente ter acesso à ocupação, local de residência ou conhecidos dessa pessoa. O New York Times analisou o código do aplicativo e descobriu que ele inclui uma opção para ser usada com óculos de realidade aumentada, o que poderia permitir aos usuários identificar quem eles vêem.
A Clearview foi fundada pelo australiano Hoan Ton-That, responsável por vários aplicativos malsucedidos para telefones celulares e por Richard Schwartz, assistente de Rudolph Giuliani durante seu período como prefeito de Nova York. Além disso, conta com o apoio financeiro do magnata do vale do silício Peter Thiel, um investidor próximo a Donald Trump e envolvido em empresas como o Facebook.
Aplicação da lei nos EUA de acesso a sistemas de reconhecimento facial por anos, mas tradicionalmente limitado à pesquisa de fotografias realizadas pelas autoridades, como retratos de presos. Enquanto isso, algumas cidades grandes proibiram seus agentes de usar esse tipo de tecnologia devido aos problemas de privacidade que ela apresenta.

EUA FRETA AVIÃO PARA TRAZ BRASILEIRO DEPORTADOS

Governo dos EUA freta avião para trazer brasileiros deportados

Até 2018 o Brasil não aceitava esses fretamentos com deportações em massa, mas a postura mudou no governo Bolsonaro
Resultado de imagem para aviões  americanosNo próximo final de semana, chegará a Belo Horizonte um avião fretado pelo governo norte-americano com algumas dezenas de brasileiros, em mais uma mudança na postura do governo do presidente Jair Bolsonaro, que tem facilitado a deportação de cidadãos que vivem irregularmente nos Estados Unidos.

Em resposta a um pedido da Reuters, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que “o Brasil foi sim notificado a respeito da repatriação de grupo de nacionais brasileiros inadmitidos nos EUA”.

Esse é o segundo voo de deportados autorizado pelo governo brasileiro. Em outubro do ano passado, um primeiro voo, com cerca de 70 pessoas, chegou também à capital mineira, sem alarde. Foi a retomada de uma medida que não era aceita pelo Brasil desde 2006, quando o último voo com deportados chegou também a Minas Gerais.

Até 2018, o governo brasileiro se recusava a aceitar os fretamentos com deportações em massa. As únicas exceções, desde 2006, foram dois grupos, um de quatro pessoas e outro de três, no final de 2017. A decisão de não aceitar mais o fretamento de aviões veio em 2006, no governo Lula, depois de uma CPI que investigou as deportações de brasileiros, o Itamaraty alterou a política de trato de brasileiros no exterior, incluindo aqueles acusados de imigração ilegal.

Um diplomata ouvido pela Reuters explica que a decisão de não aceitar mais as deportações em massa veio da necessidade de se analisar caso a caso e dar aos brasileiros que vivem nos Estados Unidos, mesmo ilegalmente, a possibilidade de reverter a decisão de deportação.

Essa é a segunda medida tomada pelo governo Bolsonaro para facilitar a deportação, em concordância com pedidos do governo Trump. Em agosto do ano passado, o governo emitiu um parecer autorizando a volta de brasileiros no país apenas com um atestado de nacionalidade.

Isso porque a lei brasileira proíbe a emissão de passaportes à revelia do cidadão, o que impedia o governo norte-americano de embarcar os deportados sem que eles se dispusessem a pedir um passaporte

O número de imigrantes brasileiros presos nos EUA tentando cruzar a fronteira pelo México aumentou mais de 10 vezes no último ano fiscal norte-americano (outubro de 2018 a setembro de 2019), chegando a 17.900, contra 1.500 no ano fiscal anterior. Em 2019, cerca de 850 mil pessoas de diversas nacionalidades foram presas tentando cruzar a fronteira dos EUA.

Diplomatas brasileiros confirmaram esses números com o governo norte-americano e tentam encontrar uma explicação para o crescimento abrupto. Uma das hipóteses seria a de um aperto da fiscalização norte-americana em cima dos brasileiros — normalmente um grupo menor e de mais baixo risco — para desencorajar a imigração ilegal.

O número considerável de brasileiros presos levou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) a cogitar enviar imigrantes brasileiros de volta ao México enquanto aguardam audiência em tribunais norte-americanos, o que já é feito com imigrantes de outros países.

DEPOIS UM ANO ÁGUA DO RIO PARAOPEBA CONTINUA CONTAMINADA

Depois de um ano, estudo reafirma que água do Paraopeba está contaminada

ONG SOS Mata Atlântica conclui que rio continua com a presença de metais pesados e alta turbidez

Brasil de Fato | Betim (MG)
Marcha dos Atingidos percorrem 300 quilômetros nesta semana / Maressa Andrioli
As famílias que moram ao longo da bacia do Paraopeba têm mais uma notícia ruim nesta semana, a poucos dias de o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, completar um ano. A ONG SOS Mata Atlântica acaba de lançar um estudo sobre a qualidade da água do Rio Paraopeba, reafirmando que está “sem condições de uso”.
A pesquisa coletou água em 23 pontos do rio durante um ano. Desses, nove apresentaram péssima qualidade, 11 apresentaram qualidade ruim e apenas um ponto de coleta estava com qualidade regular. Nenhum ponto apresentou qualidade boa ou ótima.
A turbidez variou de cinco a 13 vezes acima do permitido pela legislação, sendo o ponto mais alto encontrado no município de Paraopeba. A ONG destaca que o período das chuvas muda o cenário, já que leva os rejeitos para o Baixo Paraopeba, ao Reservatório de Retiro Baixo. Isso, na prática aumenta as chances de que a contaminação chegue ao Rio São Francisco.
Ferro, manganês e cobre acima do permitido
A presença de metais pesados é mais uma preocupação demonstrada na pesquisa. Foi encontrado 0,45 miligramas por litro de cobre, valor 44 vezes mais alto que o permitido. O manganês foi encontrado na quantidade de 2,3 miligramas por litro, 14 vezes acima do permitido. Enquanto o ferro, que não deveria ser encontrado no rio, está presente em 6 miligramas por litro, que é 15 vezes acima do permitido. A cor avermelhada do Rio Paraopeba seria a combinação de ferro e manganês.
A presença dos metais pesados no corpo humano pode se mostrar em vários sintomas, como rigidez muscular, tremores, fraqueza, náuseas e vômitos. Além disso, causa no rio a diminuição drástica das bactérias que têm a capacidade de degradar matéria orgânica, e, assim, ajudariam na regeneração do Paraopeba. Em 11 dos pontos analisados foi percebido ambiente sem condições à vida aquática.
“Muito pouco vem sendo feito”
Todas as cidades que captavam água no Rio Paraopeba foram orientadas a cancelar as operações. Desde o rompimento da barragem, em 25 de janeiro de 2019, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) vem afirmando que a água do rio não tem condições de uso.
Durante a coleta da água para análise, a SOS Mata Atlântica afirma que passou por 356 quilômetros do Rio Paraopeba, conversando com populações de cidades, comunidades rurais e ribeirinhas. “Muito pouco vem sendo feito”, de acordo com a ONG. Nas propriedades rurais e ribeirinhas, a água chega por caminhões pipa e garrafas de água. “Pelo rio, o que chega é a poluição que vai aumentando gradativamente com o período chuvoso”, atesta o estudo.
É possível ver o rio limpo de novo?
Joceli Andrioli, da coordenação do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), opina que é possível recuperar Rio Paraopeba, mas se gastará bilhões de reais no processo de reparação. “O principal são as obras de estancamento dos rejeitos, que ainda não foram finalizadas pela mineradora. Depois, é preciso retirar a lama contaminada do fundo do rio e isso a Vale não vai querer fazer. Ela não fez até hoje no Rio Doce”, avalia.
“Se fosse quantificar o valor do prejuízo do crime, de fato o maior valor é a reparação ambiental. Na Alemanha eles usaram 100 bilhões de euros pra fazer a revitalização do Rio Reno, que é semelhante ao Rio Doce. Imagina, 400 bilhões de reais para revitalizar o Rio Doce? A Vale jamais vai querer gastar esse dinheiro. E é por isso que ela separa nas negociações a parte ambiental da parte social, ela não quer ser humano vinculado ao meio ambiente. É a estratégia para não pagar a conta”, completa Joceli.
Encontro dos Atingidos
Desde o dia 20 de janeiro, o MAB organiza uma marcha de 300 km que começou em Belo Horizonte e finaliza no sábado (25), em Brumadinho. Durante a programação, foram organizados atos públicos, fechamento de ferrovia e um seminário internacional com a presença de atingidos de 16 países.  

JUSTIÇA NEGA PROIBIÇÃO DE PULVERIZAÇÃO AÉREA DE AGROTÓXICOS

Justiça do CE nega suspensão da lei que proíbe pulverização aérea de agrotóxicos

Em vigor há um ano, medida enfrenta dura resistência do agronegócio, que move ação também no STF

Brasil de Fato | Brasília (DF)
Pulverização aérea de pesticidas foi proibida no Ceará em janeiro do ano passado, quando entrou em vigor a Lei nº 16.820/2019 / Foto: CearáCenipa/Divulgação
O Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) negou a suspensão da lei que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos no estado (nº 16.820/2019), que vigora desde janeiro do ano passado e enfrenta dura resistência do agronegócio. A decisão, publicada na quinta-feira (23), responde a uma ação direta de inconstitucionalidade movida pelo PSL.
O partido alegava supostos vícios de formalidade e materialidade na legislação, apontando que ela teria violado normas da União e invadido competência privativa do Poder Executivo federal. Segundo a legenda, o poder estadual não poderia, entre outras coisas, legislar sobre meio ambiente nem sobre aviação.
Com base nisso, o PSL pediu que a lei fosse declarada nula, mas o desembargador Francisco de Assis Filgueira Mendes, responsável pelo julgamento, afirmou que o caso não competia à Justiça estadual, e sim ao Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado não fez avaliação de mérito.
A Federação da Agricultura Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de frutas (Abrafrutas), o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) e a Federação das Indústrias do Ceará (FIEC) haviam defendido o pedido do PSL.
Do outro lado, a ação recebeu parecer contrário da Assembleia Legislativa do Ceará (Alce), da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e do Ministério Público Estadual, que sustentaram a legalidade da norma. Com a negativa do tribunal, a ação foi extinta, o que significa que ela não pode ser desarquivada.
“Essa [legislação] é uma competência que a Constituição Federal permite aos estados. Ele [o agronegócio] começou a judicializar o caso tanto em nível local quanto no STF pra tentar barrar, mas é uma tentativa desesperada. O agronegócio tem feito esse seu jogo político e midiático, mas nós sabemos que a lei é perfeitamente constitucional”, argumenta o deputado estadual Renato Roseno (Psol), autor da lei, a respeito do pedido do PSL.     
Movimentos populares que acompanham o caso comemoraram a decisão do TJ, que é interpretada como mais uma derrota do ruralismo no Ceará.
“Recebemos essa notícia com muita alegria. Para nós, é muita doída a ideia de voltar a pulverização aérea. Além de poluir a água, o ar e o solo, ela também contaminava as pessoas e os animais”, afirma o servidor público Reginaldo Ferreira de Araújo, do Movimento 21 de Abril, que atua contra o uso de pesticidas na região do Jaguaribe, um dos pontos de maior atuação do agronegócio cearense.  
Entre os argumentos utilizados por entidades do setor ruralista contra a medida, está o de que a nova lei violaria a livre iniciativa e os objetivos da política agrícola. As entidades afirmam, por exemplo, que a norma prejudica a produção de frutas no Ceará.
“O ano de 2019 terminou, foi o primeiro ano da lei, e a produção de banana irrigada, por exemplo, cresceu”, rebate Roseno.  
A declaração do parlamentar é uma referência ao Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) 2019, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registrou aumento de 4,55% na safra de frutas frescas no estado em relação a 2018. Além da banana, outros produtos tiveram alta no período, como abacate, acerola, caju, goiaba, graviola, uva e tangerina .  
STF
Paralelamente ao processo que corria no Tribunal de Justiça do Ceará, o agronegócio trava uma disputa contra a lei também no STF, onde tramita a ação direta de inconstitucionalidade (ADI) 6137, de autoria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).  
O pedido foi distribuído para a ministra Cármen Lúcia, que ainda não apresentou parecer sobre o caso. Em setembro do ano passado, a magistrada votou pela procedência de uma ação que tratava de limites para a pulverização aérea no combate ao mosquito Aedes Aegypti, o que poderia sinalizar uma tendência favorável da ministra à manutenção da lei cearense.
Na ocasião, o debate girava em torno dos potenciais riscos à saúde da população e ao meio ambiente, mesmos argumentos levantados na discussão contra a pulverização aérea de pesticidas na lavoura.
O cenário, no entanto, demonstra a existência de um avantajado jogo de forças em torno da ADI 6137, que tem apoio do grande capital do agronegócio. Associação Brasileira dos Produtores de Soja, Abrafrutas, Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) e Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) estão entre as entidades do setor que lutam pela medida.  
Na outra margem da batalha, o Psol, o Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Regiao (CRN-6) e o Grupo de Atuação Estratégica nos Tribunais Superiores, que reúne defensorias públicas de dez estados, apresentaram ao STF parecer pela constitucionalidade da lei. A ação ainda não tem data para julgamento.  
“A gente espera que o Supremo esteja em consonância com a luta mundial porque, hoje, no próprio Fórum [Econômico] Mundial, em Davos, só no que se fala é em degradação ambiental. O mundo hoje não quer essa produção em massa com esse uso abusivo de agrotóxico”, afirma Reginaldo Ferreira de Araújo.
Além da ADI 6137, um mandado de segurança ajuizado ano passado pelo Sindag junto à 13ª Vara da Fazenda Pública do Ceará também questionava a constitucionalidade da legislação cearense, mas foi indeferido pela Justiça.  
O magistrado responsável pelo caso alegou questões técnico-jurídicas, afirmando que esse tipo de dispositivo não cabia para questionamentos sobre o caráter constitucional de uma medida.
Nos bastidores da disputa, a leitura política é de que, diante do amplo apoio que a Lei nº 16.820/2019 recebeu no ano passado, as entidades do agronegócio investem numa batalha multilateral para tentar frear a norma, mesmo nos casos em que há pouca chance jurídica para esse lado da disputa.
“A gente atua pelo que a gente acredita, que é a defesa da saúde da população e do meio ambiente. Eles atuam por uma questão econômica: o lucro”, sublinha a advogada Geovana Fabrício, da assessoria jurídica de Roseno.  
Reginaldo Araújo destaca ainda que, além das diferentes ações judiciais sobre o tema, os setores ligados ao ruralismo têm investido de forma mais massiva na publicidade em defesa do agronegócio. Na visão do militante, a iniciativa seria uma reação ao crescimento do movimento pró-agroecologia, que veta o uso de pesticidas e se baseia no respeito aos ciclos da natureza.  
“Nós entendemos que o agronegócio não está satisfeito com esse processo discutir e disputar a consciência do povo. A gente está disputando um novo projeto, que é um alimento saudável, orgânico, a agroecologia, por isso esse enfrentamento constante. Eles não se cansam”.

Ao contrário do que diz Guedes, destruição na Amazônia é baseada no lucro, aponta MPF

Ao contrário do que diz Guedes, destruição na Amazônia é baseada no lucro, aponta MPF

Levantamento demonstra que a maior parte do desmatamento ilegal da floresta vem da milionária indústria madeireira

Brasil de Fato | Brasília (DF)
MPF cobra mais de R$ 5 bilhões em indenizações por desmatamento ilegal na Amazônia - Créditos: Foto: Ascom Ideflor-Bio
MPF cobra mais de R$ 5 bilhões em indenizações por desmatamento ilegal na Amazônia / Foto: Ascom Ideflor-Bio
Um mapeamento feito pelo Ministério Público Federal (MPF) demonstra que não são bem os pobres que destroem o meio ambiente, como afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que encerra nesta sexta-feira (24).
A declaração do representante brasileiro, feita na última terça-feira (21), causou polêmica. Segundo ele, “as pessoas destroem porque precisam comer”. Ao menos na Amazônia, no entanto, as destruições não matam a fome: são causadas ilegal e majoritariamente pela milionária indústria madeireira, conforme dados do projeto “Amazônia Protege”, do MPF.
Os números foram levantados com base em registros de um satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e em autos de infração ou laudos de órgãos públicos, como o Instituto Brasileiro de do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O objetivo é punir os criminosos judicialmente e informar compradores sobre produtos gerados por desmatamento ilegal.
Até agora, foram duas fases: na primeira, foram propostas 1.125 ações civis públicas contra desmatamentos registrados entre 2015 e 2016. Na segunda fase, foram 1.414 ações contra grandes desmatamentos registrados pelo Inpe entre 2016 e 2017. Segundo o MPF, uma terceira fase está em curso. Em nenhum dos processos houve condenação, até o momento.
O valor total de indenizações cobradas pela Procuradoria, calculadas com base no tamanho das áreas destruídas, passa dos R$ 5 bilhões nas duas fases do projeto. O recurso deve ser revertido ao Ibama e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgãos de fiscalização ambiental.
Quem são os desmatadores?
Entre os 20 campeões em derrubar ilegalmente a floresta amazônica, quatro são grandes empresas declaradas – duas madeireiras, uma do setor de combustíveis e uma ligada à agroindústria, conforme dados do Amazônia Protege obtidos pelo Brasil de Fato. Os outros nomes da lista são de pessoas físicas, quase todas ligadas à indústria da madeira (em alguns casos, utilizadas como laranjas).
A líder do ranking é a Manasa Madeireira Nacional, alvo de 63 ações do Ministério Público. A empresa já desmatou mais de 11 mil hectares e está longe da pobreza: tem capital social declarado de mais de R$ 51 milhões, além de forte atuação no mercado de ações. Dela, os procuradores cobram mais de R$ 192 milhões em indenizações.
De outra madeireira da lista, a Tigrinhos Indústria e Comércio de Madeiras LTDA, a cobrança é de mais de R$ 26 milhões em indenização. Segundo o MPF, a empresa desmatou área próxima a 1,6 mil hectare. Não há registros do valor de capital social dela na Receita Federal.
Outra empresa milionária colocada entre os principais destruidores da Amazônia é a Tauá Biodiesel LTDA, do setor de combustíveis. Com capital social declarado em R$ 29 milhões, a empresa deve mais de R$ 23 milhões de indenização, pelo desmatamento de 1,4 mil hectares, de acordo com o cálculo do MPF.
A quarta empresa denunciada é a Coprocentro Cooperativa de Produtores do Centro-Oeste, ligada à agroindústria. Segundo o Amazônia Protege, a cooperativa desmatou 1,7 mil hectares. Por isso, deve indenização de mais de R$ 28 milhões.
Entre as pessoas físicas, o maior processado por destruir a Amazônia é Iglisson Fraitag de França, com 57 ações por desmatamento ilegal.
Iglisson é caminhoneiro e, nas redes sociais, declara trabalhar com o transporte de gado. Ele, porém, já foi ligado à indústria madeireira – conforme registros da Justiça, que aponta que em 2015 ele moveu ação trabalhista contra a O. Miranda da Rocha Comércio de Móveis LTDA, sendo indenização em R$ 45 mil, conforme sentença do mesmo ano. O motivo da ação não consta no processo.
Brasil de Fato tentou contato com Iglisson Fraitag França e com as quatro empresas citadas no texto, mas, até a publicação desta reportagem, não teve retorno.
Balanço de Davos
A crise ambiental foi tema central nos cinco dias de Fórum Econômico Mundial. Com a ausência do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, Paulo Guedes foi o responsável por explicar ao mundo como o governo brasileiro vem tratando a questão.
Assim como o presidente faz recorrentemente, o ministro também tentou minimizar a crise ambiental no Brasil, afirmando que o país tem outras urgências. Mesmo assim, para amenizar a relação com investidores e países parceiros, prometeu reabrir o Centro de Biotecnologia da Amazônia, no mesmo dia em que Bolsonaro anunciou a criação do Conselho da Amazônia.
O ministro brasileiro foi criticado por Al Gore, ex-vice-presidente estadunidense e um dos expoentes da causa ambiental, por sua fala sobre a pobreza. Segundo o estadunidense, dizer para as pessoas que desmatar a Amazônia resolve o problema da pobreza é criar falsas esperanças.
“Hoje é amplamente entendido que o solo na Amazônia é pobre. Dizer às pessoas no Brasil que elas vão chegar à Amazônia, cortar tudo e começar a plantar, e que terão colheitas por muitos anos, isso é dar falsa esperança a elas”, afirmou o ex-vice-presidente.
Embora tenha discordado de Guedes, Gore reconheceu a soberania brasileira. “Os brasileiros sempre falam isso, que não é para pessoas de outras nações do mundo comentarem a questão amazônica. E isso deve ser respeitado”.
O governo brasileiro também foi alvo de crítica do presidente do Banco Itaú Unibanco, Candido Bracher. À Folha de S. Paulo, ele afirmou que o Brasil é visto como mau exemplo no meio ambiente pelos estrangeiros.
"É muito difícil formar um juízo sobre o que acontece no meio ambiente, porque há muita informação desencontrada. Mas, do ponto de vista de comunicação, estamos muito mal. Em qualquer fórum aqui na Europa, o Brasil é visto como um mau exemplo de proteção ambiental", disse ao jornal.
Edição: Vivian Fernandes

Associação dos Comunicadores do Médio Mearim envia nota de repúdio


 A Associação dos Comunicadores do Médio Mearim vem a público repudiar através dessa nota todas e  quaisquer ações de quaisquer pessoas, especialmente  políticos e mandatários, que agem na intenção de coibir, intimidar, limitar, tolher ou vetar, de qualquer forma a liberdade que a Constituição Federal garante a Imprensa.

 Há menos de 24 horas um colega de imprensa blogueiro Nelsinho Paz a quem nós todos nos declaramos nesta nota solidários. Ele teve seu nome exposto e ridicularizado pelo simples fato de ter publicado uma matéria contrariando o interesse de uma administração de um determinado município da região do Médio Mearim (Poção de Pedras). E gerou uma situação que obrigou a ACMM tornar publica a presente nota. 

 Entendemos esse fato como tentativa de cerceamento e censura à Liberdade de Expressão da Imprensa, ferindo preceitos constitucionais, a Lei de Acesso à Informação, bem como o Código de Ética dos Jornalistas que tem como base primordial o direito fundamental do cidadão à informação pública.

 Vimos a público agora e viremos tantas vezes forem necessárias assumirmos o compromisso de combater essa prática nefasta de autoridades e/ou governos em nossa região e até mesmo em todo o Estado.

 Numa sociedade plural, livre e desenvolvida, todos devem respeitar o exercício do Jornalismo e da Imprensa, que realiza um trabalho indispensável à sociedade e que é garantia constitucional e pilar do Estado Democrático de Direito.

Associação dos Comunicadores do Médio Mearim (ACMM)

CRITÉRIO DE JULGAMENTO PARA O CARNAVAL SÃO PAULO 2020

O que mudou no regulamento e nos critérios de julgamento para o Carnaval SP 2020

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Quesitos como bateria, comissão de frente, evolução, fantasia e alegoria sofreram alterações importantes
Na última quarta-feira (22), durante uma coletiva de imprensa, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, Liga-SP, apresentou o regulamento e os critérios de julgamento para o Carnaval SP 2020. Entre as mudanças de 2019 para 2020, os quesitos evolução, comissão de frente, bateria, mestre-sala e porta-bandeira, fantasia e alegoria foram os que sofreram as alterações mais significativas no critério de julgamento. No regulamento do Carnaval, as novidades são penalidades mais brandas para as escolas que estourarem o tempo de desfile ou o concluírem antes da minutagem mínima, que varia de acordo com o grupo, e a padronização do tamanho das baias, que são os espaços onde ficam estacionadas as alegorias, dias antes dos desfiles.

Todas as alterações passaram pelos presidentes ou representantes das escolas de samba na Liga-SP até serem aprovadas da forma como serão apresentadas no Manual do Julgador 2020. Os jurados já passaram pelo treinamento e ao menos um representante de cada escola também pode assistir ao mesmo material de preparação, em outra ocasião.

É importante ressaltar que o Carnaval de São Paulo também passa por uma renovação do corpo de jurados, com o objetivo de ter julgadores bem qualificados para melhor avaliação.

Os principais quesitos alterados foram comissão de frente, evolução, bateria, fantasia, alegoria e mestre-sala e porta-bandeira. Veja algumas das mudanças mais significantes:

COMISSÃO DE FRENTE
Felipe Araújo/Liga-SP

A limpeza dos movimentos dentro da coreografia proposta pelo grupo passa a ser avaliada.

EVOLUÇÃO
Felipe Araújo/Liga-SP
Efeito sanfona, quando uma parte da ala se mexe e outra fica parada para depois a segunda parte se mexer e a primeira ficar parada, não conta mais como ocorrência passível de penalidade.

MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA
Felipe Araújo/Liga-SP
O casal deve apresentar a finalização dos movimentos obrigatórios durante a sua apresentação para tornar ainda mais evidente o sincronismo entre ambos. Antes consideradas infrações de integridade média, agora são infrações de INTEGRIDADE leves (-0,1): casacas, calças e ou saias rasgadas e ou caídas, prejudicando a elegância e altivez do casal; resplendor e ou chapéu e ou ombreiras, caídas e ou quebradas; perda/queda de elementos importantes da fantasia do mestre-sala e/ou da porta-bandeira esplendor, chapéu, sapatos, etc.

BATERIA
Felipe Araújo/Liga-SP
A performance da bateria passa a ser julgada. Neste subquesito, os jurados têm de analisar artisticamente a bateria em sua totalidade valorizando a melhor performance musical com ousadia, sendo executada com excelência. Exemplos: bossa, paradinha, breque, apagão, convenção, virada. Se a performance for realizada, porém sem excelência, a bateria perde 1 décimo. Se não realizar a performance, a bateria perde 2 décimos. O jurado avaliará a bateria dentro de seu campo auditivo, e não mais visual. 

FANTASIA
Felipe Araújo/Liga-SP
O jurado deverá avaliar se as fantasias apresentam variações de formas, cores e adereços, mantendo qualidade em todo o seu desfile, ainda que seja um desfile monocromático. As fotos anexadas às pastas enviadas pelas escolas para que a Liga distribua aos jurados que farão a análise precisam ter nitidez. Os julgadores avaliarão se a fantasia apresentada na avenida é exatamente como a anexada na pasta.

ALEGORIA
Felipe Araújo/Liga-SP

Além das ocorrências de execução e acabamento, que não mudaram, entra o subquesito realização, que prevê que os jurados analisem se os carros alegóricos e elementos cenográficos foram confeccionados com variações de formas e cores, podendo ser monocromático. Além da qualidade de execução das peças que compõem todos os carros alegóricos e elementos cenográficos, e também se as mesmas possuem proporção e volumetria.

Felipe Araújo/Liga-SP

O Manual do Julgador completo e atualizado será divulgado para o público em breve. Em 2020, os desfiles das escolas de samba de São Paulo acontecerão nos dias 21, 22, 23, 24 e 29 de fevereiro, no sambódromo do Anhembi. 

Unidos de Vila Maria | Carnaval SP 2020 | Clipe Oficial



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LETRA DO UNIDOS DE VILA MARIA  DE SÃO PAULO

G.R.C.S.E.S. UNIDOS DE VILA MARIA
A GRANDEZA DA CHINA E SUAS MENTES SÁBIAS E BRILHANTES, REMETEM AO MUNDO OS SEUS ENCANTOS. O SONHO DE UM POVO EMBALA O SAMBA E FAZ A VILA SONHAR
Presidente: Adilson José de Souza
Mestre de Bateria: Rodrigo Moleza
Intérprete: Wander Pires
Compositores: Cacá Camargo, Tim Cardoso, Acerola de Angola, Sérgio Carmo, Renan Takacs, Xuxu do Cavaco, Bruno Pelé, Marcos Thiago, André Luiz, Luiz Jacaré e Rapha Maslionis

Vila, um caso de amor na avenida
O mundo hoje te reverencia,
Oh, China! Oh, China!
Um caso de amor na avenida
O mundo hoje te reverencia,
Oh, China! Oh, China!

Meu dragão milenar
Emana a energia que me faz sonhar
Grandes impérios se erguiam,
Mentes brilhantes que criam
Viver em perfeita harmonia
Caminho traçado, que maravilha!
Da lua, posso ver os astros a bailar
Artes de um povo em união
Filhos de uma só nação

Oh, pátria guerreira da sabedoria
Em cores e versos, essa melodia...
Tão bela ternura espalha no ar...
Faz encantar!

É fascinante, sonho real
Que retrata esse país continental!
Renova o corpo e a alma
Com o verde da esperança
Desperta a potência e a bonança
Xiè Xiè! A Vila Maria vem agradecer
Por tuas glórias, meu canto ecoou
O nosso momento chegou!
E faz a festa... a hora é essa
Um novo tempo vem aí
A Mais Famosa a reluzir