Uma proliferação de caramujos africanos tem causado preocupação em bairros de São Luís. Biólogos dizem que eles se alimentam de vegetação, mas também de fezes de rato. Por isso, podem oferecer riscos à saúde a quem mora perto das áreas ocupadas pelos moluscos.
“Eles se alimentam de fezes, principalmente de ratazanas. Se ela tiver contaminada com um parasita, ele vai se contaminar e aí ele vai ficar um potencial hospedeiro. São dois parasitas que se conhece: Um que causa uma doença abdominal e um, que é o mais grave, que causam tipos de meningite”, conta o biólogo José Maria.
Caramujos africandos tem aparecido com frequência em várias regiões de São Luís — Foto: Reprodução/TV Mirante
Especialistas também explicam que esta época do ano reúne condições ideais de umidade e temperatura para a proliferação desses caramujos. Em São Luís, eles têm se acumulado em entulhos, terrenos baldios, galhos e folhas. No Espigão Costeiro, já existem dezenas de caramujos africanos na vegetação que fica ao lado do calçadão.
A costureira Maria Santos afirma que teve o quintal infestado pelo caramujo africano. Eles vieram de um terreno baldio no bairro do Cohafuma, onde também se proliferam. Ela conta que o problema existe há anos, mas que depois da chuva os moluscos se multiplicaram.
“A gente não pode mais entrar no quintal, deixar criança entrar no quintal… a gente tem muito medo de pegar uma doença que não tem cura”, afirmou Maria.
PF pede acesso a inquérito que investiga morte de Marielle
Polícia Federal investiga suposta atuação de um grupo criminoso para atrapalhar as investigações sobre o crime
A Polícia Federal (PF) pediu acesso ao inquérito da Polícia Civil do Rio sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. Desde o mês passado, a PF investiga suposta atuação de um grupo criminoso para atrapalhar as investigações sobre o crime, ocorrido em março, e se há omissão das autoridades do Estado. As informações são da TV Globo.
O inquérito da PF foi aberto a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ele é apoiado no depoimento de duas pessoas. O nome de uma delas é mantido em sigilo, e o outro é Orlando de Oliveira Araújo, conhecido como Orlando de Curicica. Ele é apontado como chefe de uma milícia em Curicica, bairro da zona oeste do Rio, e está preso na penitenciária federal de Mossoró (RN) desde junho.
Uma das linhas de investigação da Polícia Civil aponta Orlando como um dos mandantes do assassinato de Marielle e de seu motorista, mas o miliciano nega qualquer participação. Ele procurou o Ministério Público Federal (MPF) e prestou depoimento em agosto alegando estar sofrendo pressão para assumir o crime.
No depoimento, Orlando de Curicica disse que foi procurado pelo titular da Divisão de Homicídios, Giniton Lages, em maio, quando estava preso em Bangu. O responsável pela investigação da morte de Marielle teria pressionado para que ele se apresentasse como um dos mandantes do crime. O miliciano foi além e também acusou a Divisão de Homicídios de receber dinheiro do jogo do bicho para não investigar crimes, em esquema que existiria desde que o atual chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, comandava a divisão.
OEstadonão conseguiu contato com os citados. À TV Globo, Rivaldo Barbosa disse que as declarações de Orlando são levianas e têm o objetivo de tumultuar a investigação. A Polícia Civil declarou em nota que "as ilações feitas por Orlando tentam desmoralizar e desacreditar instituições idôneas". A Secretaria de Segurança Pública do Rio informou que não vai se pronunciar.
O novo caso de altar desmoronado envolve o mais famoso e midiático médium do País, João de Deus.
Há décadas, ele atrai anônimos e famosos, pobres e ricos, brasileiros e gringos até Abadiânia, em Goiás, onde fica o espaço no qual realiza consultas e cirurgias espirituais.
No Conversa com Bial de sexta-feira (7), várias mulheres acusaram
João Teixeira de Faria, de 76 anos, de assédio e abuso sexual.
A atração comandada por Pedro Bial mudou seu formato para deixar duas entrevistadas mais à vontade: não houve banda nem plateia.
Uma coreógrafa que se tratou com o médium e atuou como sua assistente, e uma guia turística que levava estrangeiros até ele participaram da conversa no estúdio.
Em depoimentos gravados, outras vítimas não mostraram o rosto e tiveram a voz alterada para impedir sua identificação.
Esse tipo de pauta-denúncia não é comum no Conversa com Bial. O programa, que tem sofrido derrotas frequentes da concorrência no Ibope, raramente polemiza.
Como âncora, Bial conduziu bem a edição atípica: questionou sem prejulgamento, buscou detalhar os abusos sem beirar no sensacionalismo, e abriu espaço para João de Deus se defender – a assessoria de imprensa do espiritualista enviou uma sucinta nota negando as acusações.
No bloco final, o apresentador do talk show fez ótima prestação de serviço ao telespectador: uma esclarecedora entrevista com uma promotora de justiça especializada em casos de crimes sexuais.
Na esteira de movimentos de denúncias contra abusadores, como o #MeToo e o ‘NãoéNão’, pautas assim são coerentes e necessárias no telejornalismo e até nas produções de entretenimento. Melhor ainda quando realizadas com ética jornalística.
Assumidamente vaidoso, João de Deus sempre gostou de ser paparicado por jornalistas e emissoras de TV.
Na Globo, ganhou destaque várias vezes. Em 2012, no Fantástico. No ano seguinte, no Globo Repórter. Serginho Groisman exibiu longa entrevista com o médium no Altas Horas, em 2016. Naquele mesmo ano, o líder espiritual foi capa de Veja.
Artistas de todos os naipes já postaram foto ao lado dele após conselhos ou tratamentos. Entre elas, Xuxa, Luciana Gimenez, Giovanna Antonelli, Juliana Paes, Ronaldo Fenômeno e a top model inglesa Naomi Campbell.
Até a apresentadora de TV mais poderosa e rica do planeta o procurou: Oprah Winfrey veio dos Estados Unidos, em março de 2012, exclusivamente para conhecer João de Deus e entrevistá-lo. “Foi uma experiência muito forte”, disse ela na ocasião.
Agora, sob a sombra da desconfiança, o médium poderá ver minguar a fila de artistas, socialites, políticos e representantes da elite empresarial.
É o segundo caso de celebrada autoridade mística a cair em desgraça após ser acusada de crime sexual.
Em agosto, o alvo foi Sri Prem Baba, nome religioso de Janderson Fernandes, 53 anos.
A imprensa divulgou três denúncias de abuso contra seguidoras do autodeclarado mestre espiritual. Em sua defesa, ele declarou que as relações sexuais foram feitas de maneira consensual.
Com atuação no Brasil e na Índia, Prem Baba tem (ou tinha) entre seus admiradores famosos como Reynaldo Gianecchini, Márcio Garcia, Bruna Lombardi e até o astro do cinema norte-americano Will Smith.
O guru mereceu espaço em várias atrações de TV, como o próprio Conversa com Bial (quando dividiu o sofá com Gianecchini), o Encontro com Fátima Bernardes e o Mais Você de Ana Maria Braga.
Em novembro de 2017, estampou a capa de Serafina, revista encartada da Folha de S. Paulo e, em julho deste ano, surgiu na capa de Veja São Paulo.
Antes incensados e jamais contestados, João de Deus e Sri Prem Baba agora se tornam ‘persona non grata’ nos programas de TV nos quais foram tão bajulados.