Família de
músico morto contesta versão oficial e reunirá provas
Segundo a defesa de
Davi Bugarin, houve demora no socorro à vítima, que teria sido morto pelo
policial militar reformado Walber Pestana
. (Foto: De Jesus / O ESTADO)
SÃO
LUÍS - A família do músico Davi Bugarin, de 26 anos, morto na quinta-feira, 15,
em uma residência no Parque dos Nobres, em São Luís, com dois tiros pelo
policial militar reformado Walber Pestana da Silva , contesta a versão oficial
de que ele teria sido o causador da discussão que culminou com o crime. A
defesa da vítima afirma ainda que houve demora no atendimento ao jovem, que
chegou a ser encaminhado para o Hospital Socorrão I, após sofrer os disparos.
Ainda de acordo com familiares, provas serão reunidas e encaminhadas, em breve,
à Polícia Civil.
Ontem,
houve uma caminhada na Avenida Litorânea, clamando por justiça nesse caso.
Segundo a advogada da família e tia da vítima, Odethe Carvalho, Davi Bugarin
permaneceu por vários minutos na entrada da residência da namorada esperando
por atendimento. “A mãe da namorada impediu até que pessoas o levassem para o
hospital. Ele já chegou morto lá, sem chance nenhuma”, afirmou.
Na
avaliação de Odethe Carvalho, a polícia não deve basear o fato apenas
considerando a versão do militar reformado, tenente-coronel Walber Pestana da
Silva, apontado como o autor dos disparos que mataram Davi Bugarin.
A
defesa também solicitará possíveis imagens da residência que poderiam ajudar na
elucidação do crime. “Não se pode apenas ouvir um lado da história, como está
sendo feito desde o início do caso. Até porque o Davi não está mais aqui para
se defender obviamente. Então é algo que também precisa ser levado em
consideração”, disse.
A
advogada também buscará informações sobre o histórico de Ingrid Rayanne Silva e
Silva, de 24 anos, que seria a namorada de Davi Bugarin e que estaria na
residência de sua família na hora do crime, acompanhada de sua mãe. A defesa da
vítima garante que houve, nas últimas horas, várias tentativas de contatos com
a namorada, no entanto, o telefone estaria desligado. “Também buscamos contato
por meio das redes sociais, mas sem sucesso. Simplesmente ela desapareceu e não
sabemos o porquê”, disse.
Outro
argumento da defesa da vítima é que o jovem não havia apresentado nenhum sinal
de ódio ou raiva. Segundo a advogada, Davi Bugarin era tranquilo e sem passagem
pela polícia. Questionada se conhecia a namorada de Davi, a tia dele informou
que nunca a conheceu pessoalmente.
“Somente
tive dois contatos por telefone. Quando soube que Davi havia sido alvejado,
pensei que fosse assalto e corri para ligar para a Ingrid. No entanto, seu
telefone já estava desligado”, disse Odethe. Ela infomou ainda que Davi em
nenhum momento alegou que estava recebendo algum tipo de ameaça de morte.
O
corpo de Davi Bugarin foi enterrado no sábado, 17, na Pax União, em Paço do
Lumiar. Nas redes sociais, várias pessoas expressaram pesar . A conta de Davi
Bugarin, no Facebook, possui referência “Em memória”.
Mais
Oitivas
e laudos
Segundo
o delegado Lúcio Reis, titular da Superintendência de Homicídios e Proteção à
Pessoa (SHPP), por enquanto ainda não há data para a realização de oitivas ou
emissão de laudos que poderão dar novos detalhes sobre o caso. Na sexta-feira,
16, um dia após o crime, a polícia chegou a informar que a namorada de Davi
Bugarin seria ouvida esta semana. Já
Familiares
e amigos fazem protesto clamando justiça
Emocionados
e clamando por justiça e esclarecimentos do crime, familiares e amigos do
empresário e músico Davi Bugarin, de 26 anos, assassinado a tiros pelo sogro
identificado como Walber Pestana da Silva, tenente-coronel reformado da Polícia
Militar do Maranhão, realizaram ontem uma manifestação pacífica na Avenida
Litorânea, em São Luís. Os manifestantes vestiam camisas com a foto da vítima e
seguravam faixa e cartazes com palavras de homenagem ao jovem.
“Estamos
aqui para pedir justiça por ele, por outros, e que isso não venha acontecer
mais. A dor é muito grande. Davi foi um garoto que teve a sua jornada interrompida
de forma tão covarde, tão trágica. Não me atento às palavras maliciosas de que
meu filho era um agressor e sim ao sorriso dele. Quem tem arma, está tirando a
nossa vida”, relatou, emocionado, Fábio Bugarin, pai da vítima.
Parentes
e amigos pedem esclarecimentos do que de fato ocorreu naquele dia do crime. Ana
Alice Torres Sampaio, de 22 anos, ex-namorada de Davi Bugarin, explicou a O
Estado como era o comportamento do jovem e diz que o crime precisa ser
esclarecido. “Conheço Davi há 10 anos. Ele nunca levantou a mão pra mim e nem a
voz. Não acreditamos que ele agrediu a namorada. Não faz parte da índole dele.
Davi morreu e não está aqui para contar a versão dele. Nessa história, ele não
é culpado, é a vítima. Não está provado que o Davi bateu nessa jovem. Queremos
saber quem de fato matou Davi. Queremos justiça e esclarecimentos”, ressaltou
Sampaio, indignada.
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