19 novembro 2017

MARANHÃO VIRA PRIMEIRA PAGINA

           DESVIOS

Operação da PF no Governo do Maranhão é destaque nacional

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Principais veículos de imprensa de todo o país, abordaram a ação da PF que resultou em prisões e cumprimento a mandados de busca e apreensão
Contracheque da enfermeira Keilane Silva com supersalário, foi o que motivou investigação da PF
Contracheque da enfermeira Keilane Silva com supersalário, foi o que motivou investigação da PF (Foto: Divulgação)
A ação desencadeada pela Polícia Federal (PF) no bojo da Operação Pegadores que identificou uma organização criminosa na estrutura da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e desvios de mais de R$ 18 milhões na gestão Flávio Dino (PCdoB), foi destaque em alguns dos principais veículos de comunicação do país.
Além de O Estadão - de São Paulo -, e do Jornal do Brasil, o tema ganhou ampla abordagem no portal de notícias G1, na IstoÉ, no UOL e no telejornal do Bom Dia Brasil, da TV Globo.
Na reportagem de O Estadão, o foco foi na identificação, pela Polícia Federal, de mais de 400 funcionários fantasmas na estrutura da SES, comandada pelo advogado Carlos Lula.
Já o Jornal do Brasil fez um apanhado de toda a ação policial, que resultou no cumprimento de 45 mandados judiciais, sendo 17 de prisão temporária e outras 28 de busca e apreensão.
O portal G1 trabalhou vários aspectos da operação. Levantou dados sobre os funcionários fantasmas, deu destaque à identificação de empresas de fachada e também abordou os supersalários pagos a “apadrinhados políticos”, como definiu o delegado Wedson Cajé Lopes, chefe da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da PF.
A IstoÉ, deu destaque ao desvio de R$ 18 milhões e à prisão dos membros da organização criminosa, a exemplo da ex-secretária adjunto da SES, Rosângela Curado, que em 2016 disputou a eleição de Imperatriz com o apoio do governador Flávio Dino.
O UOL e o telejornal do Bom Dia Brasil, da TV Globo também deram destaque à operação da Polícia Federal.
Quadrilha – A organização criminosa, segundo apontaram os delegados, agia desde 2015 - quando iniciou a atual gestão -, com a montagem de empresas de fachada, criação de cargos fantasmas e pagamento de supersalários a “apadrinhados políticos”.
Além de a Polícia Federal, participaram das investigações, de forma conjunta, membros da Controladoria Regional da União e da Receita Federal.
De acordo com Cassandra Ferreira Alves Parazi, superintendente regional da Polícia Federal no Maranhão, a operação desbaratou a organização criminosa.
“Trata-se de uma investigação de desvio de recursos públicos na área de Saúde, basicamente pela contratação de funcionários fantasmas com uma quantia muito grande de desvios”, disse.
O delegado da Polícia Federal Wedson Cajé Lopes, chefe da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da PF, afirmou que o inquérito que investigou desvios na atual gestão foi instaurado em junho de 2015.
“Identificamos que na nova gestão, no ano de 2015, uma série de ilícitos praticados por meio das OCIPs IOSs continuaram a ocorrer. Por essa razão em junho de 2015 foi instaurado um novo inquérito policial para investigar crimes que estavam ocorrendo na atual gestão. Parte desses crimes envolviam uma série de apadrinhados políticos. Eram listas confeccionadas na superintendência de acompanhamento na rede de serviços e determinava às organizações sociais que contratasse tais pessoas. E ainda tinha mais: as listas determinavam os salários que deveriam ser pagos a tais pessoas”, explicou.
Governo utilizou uma sorveteria para desviar dinheiro, diz PF
A Polícia Federal (PF) conseguiu identificar, no bojo da Operação Pegadores, a utilização de uma sorveteria, como empresa de fachada, para a prática do desvio de recursos públicos.
De acordo com a PF, apesar de sequer possuir funcionários, a sorveteria recebeu mais de R$ 1,2 milhão na gestão do governador Flávio Dino (PCdoB). Outras seis empresas, supostamente beneficiadas pelo esquema criminoso, são investigadas pela PF.
“Utilizaram até mesmo uma sorveteria, que e foi transformada da noite para o dia em empresa de gestão e serviços médicos. Essa sorveteria recebeu mais de R$ 1,2 milhão. Recursos que foram pagos, por exemplo, pelo hospital macrorregional de Coroatá e pela UPA de Imperatriz . Recursos desviados diretamente para o pagamento de diversos apadrinhados políticos e também para um servidor da Secretaria de Estado da Saúde. Um assessor técnico”, disse o delegado Wedson Cajé Lopes.
A empresa a que se referiu o delegado era a OCC Indústria de Sorvetes, que em fevereiro de 2015 foi transformada em ORC Gestão em Serviços Médicos Especializada. “A empresa não tinha sequer sede e em apenas dois meses desviou mais de R$ 1,2 milhão provenientes das contas hospitalares”
De acordo com o delegado, um assessor técnico da Secretaria de Estado da Saúde [Mariano de Castro Silva] gerenciava o pagamento às empresas de fechada.
“A pessoa apontada como responsável por gerenciar essas empresas era um assessor técnico da Secretaria de Saúde, que foi um dos presos no dia de hoje [ontem]. Outras seis empresas estão sendo investigadas e o valor até agora apurado é de R$ 18 milhões desviados, mas o desvio pode ser ainda maior, uma vez que os mesmos crimes detectados em 2015 e 2017, continuavam a ocorrer em 2017, razão pela qual foi deflagrada a operação”, finalizou.
Outro lado
Por meio de nota o Governo do Maranhão se manifestou sobre a Operação Pegadores, que identificou desvio de recursos públicos na estrutura da Secretaria de Estado da Saúde.
Na nota o Executivo afirmou que os fatos têm “origem no modelo anterior de prestação de serviços de saúde, todo baseado na contratação de entidades privadas, com natureza jurídica de Organizações Sociais, vigente desde governos passados”.
O Governo que desde o início da atual gestão tem sido adotadas medidas corretivas em relação a esse modelo. E citou como exemplos, a instalação da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH), ente público que atualmente gerencia unidades de saúde.
O Executivo Estadual também afirmou que desconhece “a existência de pessoas contratadas por Organizações Sociais que não trabalhavam em hospitais e somos totalmente contrários a essa prática, caso realmente existente”

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