13 julho 2017

O CONDENADO POR MORO DIZ QUE É CANDIDATO 2018

Condenado, Lula reitera que será candidato em 2018

O ex-presidente disse que 'está no jogo' e 'quem acha que é o fim do Lula quebrará a cara', antes de afirmar que pedirá ao PT o direito de ser candidato


Em sua primeira declaração pública após a sentença a nove anos e seis meses de prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que vai apresentar ao PT o pedido para ser candidato à Presidência da República em 2018. “Se alguém pensa que, com essa sentença, me tirou do jogo, podem saber que eu estou no jogo. Até agora, eu não tinha reivindicado, mas agora eu reivindico do meu partido o direito de ser candidato a presidente”.
Ele falou sobre a sua situação jurídica, mas disse que vai entrar em três “brigas” a partir de agora. “Não sei se isso é por bem ou por mal, mas você tem um pré-candidato que tem problema jurídico. São três brigas: a briga jurídica, para poder ser candidato. A briga política, para ter o apoio do PT. E a briga das ruas”.
O ex-presidente encerrou o discurso com uma palavra de ordem, afirmando que “só quem pode decretar meu fim é o povo brasileiro”. Lula teceu fortes críticas à decisão do juiz Sergio Moro, anunciando que um grupo de juristas vai rebater as decisões. “É uma peça que precisa de estudo profundo de como não fazer uma peça condenatória”, afirmou.
Ele reiterou a tese da sua defesa de que há parcialidade por parte do Ministério Público e do juiz. “Era visível que o que menos importava paras as pessoas que faziam as perguntas no depoimento era o que você falava. Elas já estavam com a concepção pronta”, criticou.
Disse que tinha “esperança” de que o juiz Moro recusaria a aceitação da denúncia contra ele, baseada, diz, em notícias de jornal que nunca teriam sido comprovadas. “Eu achava que o Moro ia recusar. Que ele tivesse recusado a denúncia do Ministério Público baseada na tese do Power Point. Eu tinha mais esperança que ele fosse recusar na hora da denúncia do que me inocentado depois de aceita”, diz.
Para o ex-presidente, o processo contra ele é uma “mentira” e que a condenação é resultado do temor de absolvê-lo nesse momento, após a exposição junto a opinião pública. “O que me deixa indignado, mas sem perder a ternura, é ver que você está sendo vítima de um grupo de pessoas que contaram a primeira mentira e agora estão presos para sempre nessa mentira de que eu tenho um tríplex”.

Delação

Lula atacou o expediente das delações premiadas, em especial o acordo feito com o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, que o acusou de ser o dono do imóvel. “Desde que esse processo começou, o Moro proferiu várias entrevistas sentenciando que era preciso uma forte cobertura da imprensa porque, se não, ele não conseguiria prender as pessoas. E prender para fazer as pessoas delatarem”.
“O Léo Pinheiro está há mais de dois anos preso. Insistentemente disse ‘não, não, não’. Agora, o cara já está condenado há mais de 23 anos e vê na televisão as vantagens que os delatores levaram”, disse, para concluir a sua argumentação de que o empresário mentiu sobre ele para obter benefícios na Justiça.

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